quinta-feira, 22 de março de 2012

TRIUNFO

Beto Cury,
Mataram o menino do pacote de bolacha
Uns disseram que estava vencida,
A bala, A Vida, mais que um doce abala doce embala
Embalde...

Beto Cury,
Mais um sorriso arteiro foi embora
E ficamos procurando a arte nas coisas do dia-dia
A arte do dia-a-dia odiada e adiada
E agente no blog fazendo poesia

Beto Cury, Betão meu amigo,
Uns dizem que maior que a vida é a encomenda,
Esse pacote que se come ao avesso
Esse lanche que se fome há verso...

Dizem que ele foi pro lugar dos sorrisos,
Das irreverências brazucas tão proibidas,
Tão obcenicamente assustadoras aos olhos ensanguentados daquilo que ainda aceditam ser denominado de civilização.

Eu acho, Betão amigo,
Que o menino não morreu.
Ele virou um canguru e pula com os aborígenes de lá e de cá,
Numa festa intensa,
Num quarup-techno de Macunaíma-pop sem precisão nenhuma de voltar nem.

Betão poderia ter sido eu
Poderia ter sido você
Mas o choque me deu que como numa parada muito lôca,
Uma paradatipo cardíaca,

Quase que
Ufa... (e ontem eu não dormia)
Ali eu vi, estirado,
Um dos nossos alunos
Sorrindo dentro da folha, sem pautas,
Num desenho grafite no meio do verso de um último poema

Um comentário:

  1. Não. O pacote não morreu sem as bolachas, nem torradas as bolachas erram. Não. os versos caminham entre as brancas das folhas com pautas. Não. O pacote das torradas tuas, me embolacharam a cara num total acender de ideias, essas que não devolvemos aos pacotes.
    Um abraço do tamanho da incógnita das poesias

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