quinta-feira, 10 de junho de 2010

Soneto em Hokusai no 01.



Se há um soneto em cada som alado
e em cada lado há um som mortal discreto,
me corre solto no palavreado
um tom que tão formoso e assim correto...

Teve suas chances de me ser um calo
e teve sonhos para ser um elo:
não pode ser meu som um sonho ralo,
nem vou deixar que fique só no quero.

No alto em sua volta, volta força
de meu choro, que sempre forma um barco
cheio de horrores em que eu seja imerso.

Sou feito desta alma, forma e vento
que enforma a água, o sopro violento...
Uma tormenta, Uma onda, um Soneto.