segunda-feira, 23 de maio de 2011

OSWADIANDO


...E vinham vim-vindo
pirapotiando de alfaia
de batuque e tontô.

Recriando, ideiando,
como que em pera-lâmpada:

De tanto está lá plim-plim
de tanto cabeça-grávida
- rebanho de vaca mojando bestêra...

Gravô-grafô,
e... PIMBA!

Veio o deus-cego-cegalla
com a vareta de nominás-coisa
e benzeu-berrô de longe, de fôrça:
- Êêêêêêê.... Oswaldo.... É poesia, seu pôrra!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Girassóis para Eloina


Das mulheres que amei na vida,
você foi a primeira e aquela
que jamais me perdeu de vista,
que suportou meu pecados com seu amor.


E quando um dia surgi de braços dados
junto àquela que disse minha e que tomei por única,
você aprendeu a amá-la, a fazê-la tua
fecundando girassóis, no fértil solo de minha mais intensa traição.


Aprendeste a amar tudo aquilo que amo,
à revelia de teu gosto, foi gostar do que gosto – e aposto:
amaste minha música e meus livros e as presunções de minha besta erudição.

Mamãe, tu és a prova máxima de que teimosia é virtude
e de que o amor não é pergunta, é resposta, é sentença:
A sentença definitiva, a certeza primeira de minha vida.

Meu beabá, minhas rimas, meu salário e minha bandeira,
Se dez corações tenho foi porque roubei-os de um pedacinho do teu.
Se mil vidas vivi, foi porque um dia me deste a primeira...

... E quando todas forem embora: minhas vidas e meus amores,
sobrarão meus versos, meus sonhos que um dia fui fecundar.

E em cada pedacinho haverá a marca de teus dedos (e por isso os frutos)
E em cada passo que eu deixar sempre haverá, porque antes semente você,
... Haverá o brilho dos teus girassóis.


Te amo mamãe.