quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

FUDEUS

                                                           (Para Du Bonfá)

Não se trata de dizer adeus a deus.
Trata-se, trata-o
para que nos retrate.

Para que os nós, retrate.
Para.
E que nos rearte.

Há uma gota de reza em cada poema.
Mas só se espera da reza, séria,
sua divirgindade profanada.


É preciso ser ateu para ler
o homem em deus,
dissecar o cadáver d´eus.

Se não o cadáver seca.
E num cada ver seco
não se pode da música ouvir.

Por isso os bons deuses todos devem
Ser comidos, comigos.

Réquiem Nódulos Operandi

– O poeta, sem modos,
saiu regulando, entrelágrimas,
Versos seus de dente ar dente.

Quem dera fosse mesmo o amor maior que as palavras
para que em toda boca grávida parisse deuses de primavera enfim

Mas e da plataforma as pessoas preferiram vender sangrar suas asas
em holocausto do conforto do solo – solo, era um barco à deriva...

Pronto, aberto o selo, restava surgir Edires, Waldomiros, fazendo sinos Soares
e da sala de jantar, no congresso corte-idiano decidiram ser a culpa dos nós.

Abandonaram a poesia.
A educação pela noite.
O fantasma da verdade que mora no atrás da palavra,
duvida do canto na boca, pés descalços...

Meu deus não havia pés descalços no dia daquele julgamento e tiveram a cara de pau de dizer não era nossa culpa Mentira! Mentira! Filha da puta...

Um fantasma no conto da língua,
Um fantasma no gancho do tempo,
No fogo de um curupira que fosse,
Na singela hora única de um langolier

Tomaram a ciência contra o peito – irmã caçula enjeitada das tetas gordas das hostes últimas máximas potestades – e chegaram ao absurdo de com ela fornicarem formigando o mundo até que chegasse Ufa, o anjo do apocalipse tocando suas trombetas de cherry-coke e rodelas de limão.

Os Edires Waldomiros que Soares são mensageiros,
são indicadores termômetros de perussadias no peito do deus morto

De que o dia dos justos que tem seus nomes gravados no livro
já ruge...
Glória! É que a chapa é quente!

Creiam na reza que reza rosa
Descabelada no útero santo de cada palavra profana
Que o tempo ruge,

Crede na poesia,

Crede, irmão, na Puta-Mãe Escancarada do Verbo
que só ela,
só ela,
nos salvará!

                                                       (E sarava!)