E eu sou seu padre,
seu Jesus de pau duro.
A guitarra é hóstia,
pão, sangue, vinho...
E cálice nunca!
Riso da vida
gozo da morte...
A banda de Rock
é Santa Ceia onde todos
são Judas em estado de Graça.
Maria dança louca:
é Rita baiana em auto azevedo.
Pedro, padre, é pobre Podre
Madalena, assutada, corre para detrás do templo
donde se ouve: – No Mercy!
E o assoalho, pantanoso em galera, escorre
Cristo crucificado em santo stage dive.
Satã fuma um Havana no camarote entre putas
enquanto Gabriel e Miguel, bichinhas enfurecidas,
chafurdam na roda punk,
perdidos na multidão.
E eu ofereço meu sangue, meus dedos,
meus ossos e palheta em nome do ostensório – minha guitarra
Minha garganta está rouca
meu sorriso é gárgula...
...Mas continuo:
em holocausto dedico à plateia meu gozo
À turba de bárbaros...
Porque Deus esmerilha certo por cordas tortas.
Justo! A voz do povo
É rock de Deus.
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Fio, já era... fudeu! Tá do baralho. Amei essa porra!
ResponderExcluirSabia que vc iria gostar, Andrei.
ResponderExcluirSomos devotos, irmãos, desse grande paganismo chamado Rock´n´roll.