domingo, 24 de abril de 2011

a Marte


As árvores são como dedos da terra,
são explosões verdes, filhas das sementes
lançadas como frutas, rumo ao palhaço bufo,
pelas mãos peludas de um espetaculoso deus.

O mar não tem escamas e as ondas são placas,
escudos a romper cortes contra a lua.

Os rios são artérias, e trazem os humores
do meu sangue e da minha doença.

Mas você é um super-herói (e a cristandade, sua cliptonita)
tens o poder da palavra com nojo
(mas fique tranquila, só eu vejo).


Os animais são monstros, são virus,
e o ser humano é bola nociva, noctívaga
a sobra e a sombra de todas as almas da terra.

Não adianta esperar o destino.
Se houvesse destino haveria ainda chance de previsão:
O problema não é não haver saída, o problema é odiarmos
com o coração de nosso bom gosto todas as saídas
que, certas, virão infalíveis como bruce lee.

E eu sou um marciano, um verde e inodoro marciano
simplesmente vitimado pela lua
que se afoga nas placas firmes dos mares de fogo:
Essa lua que escraviza que causa dependência...

...Se essa lua, se essa lua fosse minha
Eu escrevia nela seu nome,
eu me casava com as águas de fogo, dos rios dos mares
(porque o deus que fez as árvores, fez o mundo em 7 mares).

...Mas se essa lua essa lua fosse minha...
Quem sabe enfim eu mandava nas palavras,
e aí eu pegava,
e eu mandava no meu coração.

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