É preciso evitar o fumante,
É preciso segregar o fumante,
É preciso acabar com o fumante
Na civilização,
deixá-lo na chuva,
lembrá-lo do seu não lugar.
O não-lugar do inferno é o fumante,
O não-lugar do paraíso é o shopping,
O fumante deve não estar.
O fumante nos lembra da escolha.
O fumante nos lembra que é
possível escolher o suicídio em
detrimento da vida, é possível
comprar a morte em maços.
Ainda mais que o trânsito,
ainda mais que a fumaça dos automóveis,
ainda mais que a podre cidade de São Paulo.
É preciso evitar o fumante
O cigarro?
É preciso evitar a fumaça
O cigarro?
É preciso evitar a doença
O cigarro?
O fumante nos lembra da inviabilidade da civilização.
O fumante toma um fósforo,
apedreja o amigo
e escarra no cigarro
e escarra em todos,
lembrando a todos da impossibilidade do ser.
Um fumante dá canja manjando coxinha na chuva:
manjar dos deuses ou flash mob.
O fumante somos nozes.
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