segunda-feira, 18 de maio de 2015

TABACO BLUE


É preciso evitar o fumante,
É preciso segregar o fumante,
É preciso acabar com o fumante

Na civilização,
deixá-lo na chuva,
lembrá-lo do seu não lugar.

O não-lugar do inferno é o fumante,
O não-lugar do paraíso é o shopping,
O fumante deve não estar.



O fumante nos lembra da escolha.
O fumante nos lembra que é
possível escolher o suicídio em
detrimento da vida, é possível
comprar a morte em maços.

Ainda mais que o trânsito,
ainda mais que a fumaça dos automóveis,
ainda mais que a podre cidade de São Paulo.

É preciso evitar o fumante
O cigarro?
É preciso evitar a fumaça
O cigarro?
É preciso evitar a doença
O cigarro?

O fumante nos lembra da inviabilidade da civilização.

O fumante toma um fósforo,
apedreja o amigo
e escarra no cigarro
e escarra em todos,

lembrando a todos da impossibilidade do ser.

Um fumante dá canja manjando coxinha na chuva:
manjar dos deuses ou flash mob.

O fumante somos nozes.

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