Pássaros
Passarinhos melhor cantam quanto mais há sede. 
Daí vem a drosófila (um
deus-filosofia que nasce 
da banana) galgando floco a floco que cada oxigênio
desvisto: foram só umas retinas. 
Na doença da árvore cada passarinho preto é uma
sombra que pousa na
pintura.
Pintura não é – Que pena! – (fosse um quadro, era Renoir).
Bimotor
Austero é o ronco do ventilador: Supererói
tentando a todo vapor
contra Gaia-Mãe (não 
existem tomadas nos troncos das árvores).
Não há facilidades na solidão, (nem nos regimes) 
mas o Sol gritando em
soslaios na árvore (aquele 
passarinho preto, lembra?)... ah o Sol grita de 
susto que pula-pena, pula regime segunda – (que pena!) – feira.
Bastava uma sacolinha que fosse (daquelas no 
bolso prá cocô do
cachorro): metia a cena dentro 
e corria pro rio – E salvava a piracema!
3ª Margem
Perguntaram pro veio como que se deitava as 
regra de dentro da cabeça.
Disse quando a gente 
deita, a regra vem e deita junto Daí a gente 
levanta
mansinho prá pegá as regra dormindo, de 
surpresa.
Tentaram. Deitaram e as regras. Mas esquecendo 
de levantar, dormiam
com as regras e o cocoricó 
da segunda.
Procuraram o veio. Reclamaram, reclamaram que 
nunca dava certo. E o
veio entrerrisos pergunta 
“O que num deu certo?”
Envergonhados, não fizeram mais perguntas. Dias 
depois voltaram
(trôxas e trouxas) É mais um 
puxado no meio do rio.




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