quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

COPO DE FÉ - XX Prêmio Moutounée de Poesia



Café expresso no meu copo plástico,
a fé expressa no teu corpo fátuo.
Cadê o néscio, o meu soneto vítreo,
para explicar o meu amor silábico?

O amor é tácito e o furor é cérebro;
escusa flácida em meu peito cínico
revólver verbo prá abater-me mântrico
ou beijo ácido e o torpor do sexo?


Se é este branco, em negra seta, alvo;
o lado oposto da palavra é verso
e se eu te explico que te quero é fácil.

Mas quando existo na caneta eu pênsil...
Prá cada ação da minha vida há um laço,
e em cada tom que não me verte é verso.

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Este foi o poema com o qual conquistei, em Novembro de 2010, o Terceiro Lugar no XX Prêmio Moutonée de Poesia. Confesso, fiquei muito feliz! Primeiro concurso que concorro e já ganho $500!!! Quem diria? Rufem os tambores: Poesia enriquece!!!!! hahahah.

Enfim, foi muito legal ter o poema publicado em uma antologia e conhecer pessoas que se interessam por essa arte tão próxima, mas ao mesmo tempo, tão alienada do cotidiano.

Segue abaixo algumas fotos que pude garimpar na internet.
(Agradeço especialmente à Prefeitura de Salto e à Schoba Editora pela confecção do concurso e pela publicação e distribuição da obra e das imagens)














Mesa cheia de livros. Seu poema dentro. Para as outras coisas existe Mastercard!















Bom, no meio, todo sorriso e iluminado, eu mesmo e minha barriga velha companheira (estamos nos divorciando). Do meu lado direito da foto André Luiz Alves Amora e do esquerdo Sérgio Bernardo, respetivamente os 2º e 1º lugar no concurso.

Eis o grande prêmio de um evento como esse: conhecermos nossos pares. Localizamos, então, um tipo de gente estranha que gasta seu tempo combinando palavras. Escrever é uma atividade muito solitária e quando encontramos outros que se atrevem a tal solidão, somos tomados por um sentimento fraterno muito bom... Particularmente, eu chamaria esse sentimento de "humanidade".

Aproveitei a oportunidade e comprei o livro de poemas do Sérgio Bernardo. Jornalista de Nova Friburgo, ele busca no asfalto, na cidade não vista, em seus cantos e vielas, recriar a lira, reinventá-la, devolvendo à flor do chão, a flor do verso. Muito legal. Recomendo!

(BERNARDO, Sérgio. ASFALTO. Paraty, Selo OffFlip, 2010) - [O meu, já autografado...rs]

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Do Amor nos Tempos do Hoje


Não... A vida não é tão séria mesmo.

E, ainda assim, há de haver ternura, carinho...
E um pouco de desconfiança.

Quando o destino nos surpreende, e nos apresenta alguém,
Nós imediatamente perguntamos sobre os possíveis caminhos que a vida nos trará:
"Seremos felizes?"

Mas é claro que seremos felizes! Não há porque temer!

Afinal, ser feliz não é viver em festa!
Ser feliz é debater-se com o mundo.
Ser feliz é ter a persistência pela palavra...


É ter certo que um bom poema (e viver é o mais incerto dos poemas)...
...Só se pode ser declamado assim:
Como quem escreve com os próprios passos,
Com o nosso teimoso caminhar, sempre como quem celebra uniões, vitórias e encontros.

Que esse caminhar nunca nos deixe esquecer que ternura é,
Mesmo,

Um sinal de fortaleza...

E que respeito e amizade são coisas que se constroem
Sempre em união com os outros.

Não. A vida não é séria.

Ela é uma comédia a ser vivida, como quem passa desatento pela rua.

E ainda assim...
Desatento como quem nunca se esquece daquilo que mais importa:
De que o ser humano foi feito para estar junto.


É óbvio que quando menos se espera, tudo pode parecer complicado.
Ah... Mas viver com desafio é mais gostoso!

Viver só se torna relevante quando tomamos uma boa dose de displicência
(Na verdade não é displicência: é confiança na própria vida).

Talvez nem a vida exista por si mesma!
Talvez ela seja uma invenção nossa:
A mais gostosa e engraçada invenção que as pessoas já fizeram em suas existências.

E o resto?
Então não há mais nada do que a invenção na cabeças das pessoas?


Há sim:
E se chama amor!